
Soldados americanos estão realizando ataques aéreos contra as bases terroristas de rebeldes Houthis no Iêmen neste sábado (15).
A operação foi ordenada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que alegou que os Houthis “travaram uma campanha implacável de pirataria, violência e terrorismo contra a América e navios, aeronaves e drones americanos”.
Segundo o Ministério da Saúde administrado pelos Houthi, os ataques deixaram até o momento pelo menos nove mortos e nove feridos.
Mas, afinal, quem são esses rebeldes? Abaixo, entenda mais sobre os Houthis e suas ligações com o Irã a partir dos seguintes pontos:
- Origem do grupo rebelde
- Houthis e Guerra do Iêmen: 10 anos de conflito
Origem do grupo rebelde

A organização surgiu em 1990 para combater o governo do então presidente Ali Abdullah Saleh. Liderados por Houssein al Houthi, os primeiros integrantes do grupo eram do norte do Iêmen e faziam parte de uma minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas.
Os houthis ganharam força ao longo dos anos, principalmente após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos em 2003. Clamando frases como “Morte aos Estados Unidos”, “Morte a Israel”, “Maldição sobre os judeus” e “Vitória ao Islã”, o grupo não demorou para se declarar parte do “eixo da resistência” liderado pelo Irã contra Israel e o Ocidente.
Esse grupo de rebeldes pertence ao chamado “Eixo de Resistência”, uma rede de organizações simpatizantes ao Irã e hostis ao Estado de Israel, que inclui o Hezbollah libanês, o Hamas e o regime sírio deposto de Bashar al-Assad.
Houthis e Guerra do Iêmen: 10 anos de conflito
A guerra do Iêmen começou quando os houthis saíram do norte do país e tomaram a capital, Sanaa, em 2014, forçando o governo reconhecido internacionalmente a fugir para o sul e depois para o exílio.
A Arábia Saudita entrou na guerra em 2015, liderando uma coalizão militar com os Emirados Árabes Unidos e outras nações árabes. O grupo, apoiado pelos Estados Unidos, realizou uma campanha de bombardeios destrutivos e apoia as forças governamentais e as milícias no sul do território iemenita.
Com o passar do tempo, o conflito se tornou uma guerra indireta entre Arábia Saudita e Irã e seus respectivos apoiadores. Por exemplo, de acordo com um relatório publicado em janeiro de 2023, armas fornecidas pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos e usadas pela coalizão mataram dezenas de pessoas no conflito.
Há anos, nenhum dos lados obtém ganhos territoriais: enquanto os houthis mantêm seu controle sobre o norte, Sanaa, e grande parte do oeste densamente povoado, o governo e as milícias controlam o sul e o leste, incluindo as principais áreas centrais, onde estão a maior parte das reservas de petróleo iemenitas.
Um cessar-fogo que tecnicamente terminou há mais de um ano ainda está sendo amplamente respeitado. Nos últimos meses, os lados realizaram algumas trocas de prisioneiros e chegaram até a conversar sobre uma possível trégua. Ainda assim, oficialmente, ainda não há paz na região.
A guerra no Iêmen é classificada pela ONU como o mais grave desastre humanitário da atualidade, com deslocamento interno de mais de 4,5 milhões de pessoas e 80% da população vivendo na pobreza. Os mais afetados são as crianças: cerca de 11 milhões de crianças vivem em situação desesperadora e precisam de ajuda humanitária, segundo as Nações Unidas.
Por G1
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