Ao menos 100 agentes penitenciários voltaram a protestar em frente à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) na manhã desta quinta-feira (18) em Rio Branco. Esta é a segunda vez que os funcionários se reúnem para reivindicar um prêmio de valorização chamado de 14º salário que foi aprovado pela Casa em 2015. Alegando falta de resposta do governo, os agentes não descartam uma paralisação.
Segundo o a Associação dos Servidores do Sistema Penitenciário do Acre (Asspen-AC), o valor do 14º salário é de R$ 1,1 mil, salário base dos agentes, e deveria ser pago em duas vezes. A primeira parcela em janeiro e a segunda em julho deste ano, mas até o momento o valor não foi repassado.
Ao G1, o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) informou que os canais de diálogo com a categoria permanecem abertos e uma reunião com os funcionários está programada para a sexta-feira (19). Na ocasião, o órgão deve dialogar com o sindicato da categoria para elaborar uma agenda acerca do pleito dos servidores levando em consideração os direitos e deveres dos dois.
Lucas Bolsoni, que faz parte da assessoria de comunicação da associação, destaca que alguns servidores também possuem diárias atrasadas desde 2015, além de atraso em promoções e progressão de carreira.
“Isso fere a lei a e o nosso plano de carreira. Porém, nossa reivindicação principal é o pagamento do prêmio anual de valorização por atividade penitenciária. Esse prêmio não vem de graça, é fruto de uma série de metas rigorosas impostas pela administração que nós cumprimos no ano passado. Uma vez cumprida essas metas, cobramos a contrapartida do governo”, destaca.
O agente Elisandro Pereira Cruz relata que existe uma defasagem no sistema prisional e que o Estado enfrenta dificuldades no efetivo de servidores. Segundo ele, mais de 100 agentes respondem por algum processo administrativo e estão impedidos de trabalhar, o que vai reduzir o número de atendimentos.
“A perspectiva é que reduza ainda mais o atendimento a serviços, advogados, assistentes sociais e até atendimento médico. Estaremos trabalhando com um número de funcionários muito abaixo do que precisamos. Não descartamos a paralisação, pois pode ser a única forma do governo atender nossa reivindicação”, finaliza.
FONTE: G1 AC