Terça feira, 24 de novembro de 2015, 11:30 hs.
Os nove agentes socioeducativos suspeitos de crime de tortura nos centros para menores infratores de Fortaleza foram liberados do 10º Distrito Policial na tarde desta segunda-feira (23). Eles haviam sido presos no dia 15 deste mês. Segundo o Ministério Públicos, menores infratores do Centro São Miguel são constantemente vítimas de agressão, sofrendo inclusive golpes de barra de ferro na cabeça.
No domingo (15), a Polícia havia cumprido 10 mandados de prisão, e nove agentes foram presos. A prisão dos instrutores dos centros socioeducativos revoltou a categoria paralisou as atividades durante 48 horas.
O mandado havia sido expedido pela juíza de Aquiraz, que alega que os agentes torturam os adolescentes dois antes da prisão. Os colegas dos agentes informaram que eles se defenderam durante um motim.
“Após percebemos a confusão, no momento do plantão pela noite, chegamos lá e não encontramos água no presídio militar. Há uma dificuldade imensa de se trabalhar. Havia apenas duas garrafas com água. Quando terminamos de liberar água para eles, os adolescentes começaram a bater e incendiar os colchões. Eles incendiaram todos os colchões, toalhas, blusa e tudo que servisse para colocar fogo”, disse o socioeducador do São Francisco, Expedito Maciel.
Prisão ‘abusiva’
Para o diretor administrativo da Associação dos Profissionais da Segurança, David Barbosa, a prisão é abusiva.
“Essa medida poderia ser feita de uma maneira bem mais suaves e menos humilhante para os profissionais. Todo mundo aqui é trabalhador ninguém tem passagem pela polícia. Bastava mandar uma intimação e todo mundo comparecia e daria as explicações”.
Os advogados trabalham, agora, para revogar a decisão da juíza. Segundo o advogado, Crisstiano Queiroz, as provas são deficitárias. “Eles são réus primários e as provas deficitárias. Eu não vejo a necessidade de mantê-los presos”.
FONTE: G1 CE