24/11/2025

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Tornozeleira de Bolsonaro: o que a perícia da PF já descobriu. Veja vídeo

Bolsonaro confessou que danificou o equipamento de monitoramento. A perícia no dispositivo foi finalizada nesta segunda-feira (24/11).

A perícia realizada na tornozeleira eletrônica que era usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi finalizada e confirmou que o dispositivo apresentava vestígios de tentativa de rompimento.

O laudo pericial da Polícia Federal (PF) aponta que a tornozeleira apresenta “danos significativos” e sinais claros de tentativa de violação. O documento, elaborado por peritos do Instituto Nacional de Criminalística da PF, indica que o dispositivo foi submetido a fonte de calor concentrado.

A coluna apurou que o laudo de exames do invólucro ficou pronto nesse domingo (23/11). No entanto, um segundo exame, de perícias em eletrônicos e relacionado aos sistemas da tornozeleira, deve demorar mais tempo para ser concluído. Este último é classificado como menos relevante, uma vez que o sistema do dispositivo funcionou adequadamente, já que a violação foi alarmada no Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime).

Nos resultados já alcançados, os peritos constataram que as marcas da área danificada foram produzidas por ferramenta pontiaguda de ferro, ou de aço, com calor contínuo, sendo compatíveis com ferro de soldar.

Bolsonaro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal (PF), na manhã de sábado (22/11), após assumir que danificou o aparelho usando “um ferro quente”. O resultado da perícia corrobora com a versão dada pelo ex-presidente.

A perícia

O Instituto Nacional de Criminalística da PF, onde o dispositivo foi periciado, é considerado referência na América Latina.

A avaliação foi conduzida por peritos da área de microvestígios e eletrônica, que analisam se houve violação ou tentativa de romper o dispositivo, identificam possíveis ferramentas utilizadas e verificam qualquer dano, alteração ou interferência no funcionamento do equipamento.

A coluna já esteve no laboratório, que fica localizado na capital do país e conta com um aparato sofisticado. A sala é a primeira dedicada a vestígios microscópicos e micrométricos no Brasil.

GDF pagará multa

O governo do Distrito Federal terá de pagar R$ 737,52 pela troca do dispositivo, valor três vezes superior ao custo unitário da tornozeleira, de R$ 245,84, conforme prevê o contrato da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) com a empresa UE Brasil Tecnologia.

A regra é clara: quando um equipamento é danificado, a multa é aplicada automaticamente e, num primeiro momento, quem arca com o prejuízo é o próprio GDF.

Depois, o governo pode cobrar o valor de quem causou o dano – no caso, o ex-presidente. A Seape, porém, informou à coluna que ainda não há definição sobre a cobrança.

Prisão mantida

No voto que manteve a prisão de Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou que a violação foi “dolosa e consciente” e listou os episódios de descumprimento de medidas cautelares desde 2025, afirmando que o comportamento do ex-presidente demonstra “reiterado desrespeito à Justiça”.

Enquanto aguarda o julgamento definitivo, Bolsonaro permanece em uma sala especial na Superintendência da PF, em Brasília, onde recebe visitas de familiares e advogados. A Primeira Turma do STF já formou maioria preliminar pela manutenção da preventiva.

 

Por Metropoles