Uma criança fardada com uniforme completo do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Distrito Federal (DF) foi levada junto com o pai para a delegacia depois que uma equipe de patrulhamento da própria corporação se deparou com a criança e não achou nada engraçada a situação.
A confusão ocorreu na tarde desta terça-feira (30), na porta do Hospital Regional de Ceilândia (HRC). O desenhista Eduardo de Jesus Pereira, 38 anos, é pai de um menino de 10 anos (foto em destaque), conhecido nas redes sociais por ostentar fotos com trajes das forças especiais da tropa. O homem conta que esperava a esposa ser chamada para uma consulta, quando um vigilante questionou os trajes da criança.
Eduardo tentou explicar que o menino é conhecido por PMs da região e, inclusive, teria ganhado as insígnias de praças e oficiais, mas o segurança entendeu se tratar de algo ilegal e ligou para o 190. Uma guarnição do 8º Batalhão (Ceilândia) deslocou-se ao local e deu razão ao vigilante.
Eduardo alega ter tentado explicar que militares do 10º Batalhão (também em Ceilândia) aprovavam que a criança andasse fardada, por “levar à sociedade uma imagem positiva da instituição”, mas o sargento Fábio Gutemberg da Silva não teria se convencido e deu voz de prisão a Eduardo, que chegou a ser algemado em uma pilastra do hospital.
O garoto, ao tentar defender o pai, partiu para cima do sargento, mas foi contido. O menino e Eduardo foram levados para a Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA), mas os policiais civis entenderam não haver motivos para registrar ocorrência naquela unidade.
Os dois, então, acabaram conduzidos para a 23ª DP (Setor P Sul), mas o chefe da unidade, delegado Vítor Dan, mandou o caso para a 15ª DP (Ceilândia Centro). O titular dessa última delegacia, André Leite, disse, por sua vez, se tratar de um caso atípico e avaliará com calma se cabe tipificar a conduta dos pais em algum delito.
Admiração pela PMDF
Eduardo conta que desde os 6 anos o filho se veste de PM e sempre teve admiração pela tropa, mas, após o episódio, quer desistir da ideia de seguir a carreira militar quando chegar à idade adulta. “Ele sempre enxergou o policial militar como herói, mas, hoje, disse não querer mais saber de ser policial. Para ele foi um trauma muito grande”, desabafou Eduardo. “Lamentável uma pessoa manchar uma instituição toda e estragar o sonho de uma criança.”
Segundo o coordenador-geral de Policiamento do Departamento Operacional da PMDF (Dope), major Cláudio Santos, tudo não passou de um grande mal-entendido e resolvido logo depois do episódio. “O pai do garoto e o policial pediram desculpas um para o outro e os ânimos acalmaram. A confusão ocorreu porque o menino estava com uma arma de brinquedo que aparentava ser verdadeira”, afirmou.
Fonte: R7.com