A tensão instaurada dentro dos presídios da região Norte vem preocupando autoridades judiciárias e policiais em todo o Brasil, em Brasília medidas em caráter de urgência vem sendo tomadas através de ordens despachadas diretamente pelo presidente Michel Temer (PMDB) e sua base do primeiro escalão.
Autoridades de grupos internacionais de justiça e defesa dos direitos humanos também estão em alerta com a guerra de facções que vem trazendo centenas de mortes, medo e terror dentro das carceragens.
No estado de Rondônia, uma medida tomada neste domingo (8) chamou a atenção de grupos que atuam para resguardar a segurança nos presídios, pois gerentes da SEJUS (Secretaria de Justiça) afirmaram que o GAPE (Grupo de Ações Penitenciárias Especiais) não seria mais acionado.
De acordo com agentes penitenciários, durante uma revista geral realizada na manhã deste domingo (8) o GAPE foi descartado e policiais do COE(Companhia de Operações Especiais)foram deslocados para a operação, o fato indignou os integrantes do GAPE que foram informados que o grupo seria desativado e os agentes realocados a suas funções anteriores.
Considerado uma “tropa de elite” penitenciária, o GAPE foi criado há pouco mais um ano e já estava atuando dentro dos presídios há seis meses. O grupo é formado por agentes penitenciários selecionados através de exames de aptidão física.
Apenas 29 agentes conseguiram concluir o curso que contou com testes como 1 minuto de apneia, 20 metros de mergulho submerso, 10 minutos de flutuação de calça e coturno, entre outros.
Já qualificados como interventores, os agentes penitenciários integrantes do GAPE conseguiram realizar um grande número de ações dentro das carceragens públicas, entre elas a contenção de um princípio de rebelião no dia 28 de agosto onde foi encontrada celas interligadas.
De alerta 24 horas o grupo fez com que nos últimos seis meses o estado não precisasse deslocar unidades do COE para dentro das penitenciárias, garantindo mais efetivo e patrulhamento para a sociedade.
Vale considerar que a formação dos agentes dentro do curso e todas as ações de inicialização do grupamento oneraram os cofres públicos justamente no intento de qualificar uma equipe penitenciária que possa realizar o trabalho de contenção de rebelião em uma unidade prisional.
Os agentes foram inclusive treinados por uma equipe especial vindo de Brasília do DPOE (Diretoria Penitenciária de Operações Especiais). A criação de grupos de choque foi uma medida pioneira dentro do sistema penitenciário brasileiro e Rondônia começava a se destacar.
Porém, ainda sem muita explicação o GAPE foi extinguido, deixando esse serviço mais uma vez nas mãos da Polícia Militar, fato muito criticado pela comunidade e também por parcela dos policiais militares.
Enquanto isso as penitenciárias em Rondônia permanecem em estado de alerta, o risco de um confronto entre detentos de facções rivais é iminente e já foi admitido pelas autoridades policiais rondonienses. Cabe ao governo se explicar sobre essa medida tomada em um dos momentos mais complicados do sistema prisional nos últimos anos.
Fonte: rondoniaaovivo