
Após ter um mal-estar, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu de casa e foi levado às pressas ao hospital DF Star, em Brasília, na tarde desta terça-feira (16/9). Ele está em prisão domiciliar. Um comboio de veículos da polícia e um helicóptero o acompanharam.
O ex-presidente sofreu queda de pressão, crise de soluços e vômito. Ele também reclamou de fortes dores. As informações foram confirmadas por familiares, por Flávio Bolsonaro e pela equipe médica. Ele foi ao atendimento acompanhado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Em visita ao hospital no final da tarde, o deputado Evair de Melo (PP-ES), aliado de Bolsonaro, disse que, diante do quadro, não seria apenas “uma consulta de medir pressão e voltar para casa”. “Tudo indica que ele vai ficar [no hospital] por um tempo razoável”, disse ele. Segundo a equipe médica, o ex-presidente passará a noite no local.
Conforme anunciou o médico Cláudio Birolini, o quadro de mal-estar demandou o encaminhamento do ex-presidente ao DF Star para “avaliação clínica, medidas terapêuticas e exames complementares”.
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A defesa de Bolsonaro enviou relatório médico ao Supremo Tribunal Federal (STF) para comunicar o motivo da ida dele ao hospital. Como o ex-mandatário está em prisão domiciliar, situações emergenciais de saúde ou eventuais internações devem ser informadas em até 24 horas.
“O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, apresentou neste momento episódio de mal-estar, pré-síncope e vômitos com queda da pressão arterial, sendo necessário ir à emergência do Hospital DF Star neste momento”, informa o documento assinado pelo médico Leandro Echenique.
Atestado
Mais cedo, a defesa de Bolsonaro havia apresentado ao STF um atestado médico referente a exames realizados no fim de semana. O documento aponta que o ex-presidente apresenta anemia por deficiência de ferro e que uma tomografia de tórax revelou imagem residual de pneumonia recente por broncoaspiração.
O relatório médico também informou a retirada de oito lesões de pele na região do tronco e do braço direito, além da reposição de ferro por via endovenosa durante o procedimento. Os médicos destacaram que o ex-presidente deve continuar em tratamento para hipertensão, refluxo gastroesofágico e medidas preventivas de broncoaspiração.
Na segunda-feira (15/9), o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Penal do DF enviasse ao STF um relatório detalhado sobre a escolta de Bolsonaro, após questionar por que não houve transporte imediato do ex-presidente de volta à residência, como previsto nas regras da prisão domiciliar. O despacho exige informações sobre o veículo usado, bem como a identificação dos agentes envolvidos na operação.
O estado de saúde de Bolsonaro tem sido alvo de preocupação de aliados. No último domingo (14/9), o cirurgião Cláudio Birolini, responsável por parte do acompanhamento médico, informou que o ex-presidente está “se alimentando mal” e apresenta um quadro de saúde “fragilizado”.
Prisão domiciliar
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, por decisão de Moraes, devido ao descumprimento de medidas cautelares em relação a um inquérito que investiga se ele, em articulação com o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), estaria atuando contra interesses do Brasil. O deputado federal encontra-se atualmente nos Estados Unidos.
Em outro caso, na semana passada, Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do STF a 27 anos e 3 meses de prisão pela trama golpista.
A Corte o responsabilizou por liderar uma trama golpista para tentar se manter no poder após a derrota eleitoral de 2022. Além dele, outros sete aliados foram condenados.
Mesmo sob restrições, Bolsonaro mantém contato com apoiadores. Em passagem recente por hospital, acenou a simpatizantes que entoavam o hino nacional do lado de fora da unidade.
Por Metropoles
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