Justiça nega liberdade a ex-chefe da Polícia Civil do Rio pela 2ª vez

Desde que foi preso, na sexta-feira (9), Turnowski ocupa uma cela coletiva em um presídio para policiais civis, em Niterói, na região metropolitana.

O desembargador Joaquim Domingues de Almeida Neto, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, negou novo pedido de liberdade a Allan Turnowski, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, na noite de terça-feira (13). O delegado está preso, preventivamente, acusado pela Promotoria de associação criminosa.

O magistrado, no entanto, determinou que ele seja transferido para uma sala de Estado-maior, considerada um espaço especial para quem possui prerrogativas, como advogados.

Desde que foi preso, na sexta-feira (9), Turnowski ocupa uma cela coletiva em um presídio para policiais civis, em Niterói, na região metropolitana.

Atualmente, há uma sala de Estado-maior no Quartel dos Bombeiros, no centro do Rio. Ainda não há informações sobre uma possível transferência do delegado.

Esse é o segundo pedido de liberdade não concedido ao ex-chefe de Polícia Civil do Rio. No sábado (10), um outro habeas corpus tinha sido negado, durante a audiência de custódia.

A defesa de Turnowski, feita pelos advogados Daniel Bialski e Bruno Borragine, argumenta que o delegado nunca contribuiu com os planos do delegado Maurício Demétrio, preso desde maio do ano passado por suspeita de comandar um esquema de propina. Com base nas mensagens extraídas do seu celular, a Promotoria pediu a prisão do ex-chefe de polícia, que também é candidato a deputado federal pelo PL (Partido Liberal).

Os advogados dizem que, em mensagem incluída pela Promotoria, Demétrio diz que “o Allan [Turnowski] não está querendo se meter, não”.

“Ou seja, porque em específica e dissociada relação ao paciente Allan Turnowski, o que se tem são meras cogitações, exclusivamente de parte do corréu [Maurício] Demétrio, quando muito atos preparatórios daquele corréu, que, quando recepcionadas por Allan Turnowski, foram desprezadas e jamais se concretizaram. São condutas que, para fins de Direito Penal, não são típicas e estão longe de sê-las”, afirmaram os advogados, no pedido de revogação da prisão.

Já o magistrado entendeu que “para propiciar a reanálise da medida imposta, seria necessário, em tese, que houvesse provocação do juízo de piso ou a submissão da decisão do relator ao colegiado”.

Para a Promotoria, Turnowski atuava de forma velada e dissimulada”, obtendo informações de integrantes da quadrilha do bicheiro Rogério Andrade e as repassando, por meio de outro delegado, para um bicheiro rival.

Segundo a assessoria de imprensa do delegado, ele desconhecia o motivo da prisão dele e a atribuiu a “um movimento de perseguição política”.

Em vídeo divulgado em suas redes sociais, gravado um mês antes da prisão, o delegado também afirma estar sendo vítima de uma perseguição política.

“Por que vão entrar na minha casa? Por perseguição política, porque vocês sabem que estou forte na minha campanha. E como deputado federal, o jogo vai inverter. Hoje, só vocês podem armar para mim. Mentiras, inverdades, fazer uma costura para tentar me desmoralizar”, diz Turnowski.

 

 

Por Folhapress

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