Filha de ex-deputado presa  entrega passaporte à Justiça após ser liberada para prisão domiciliar

A SEJUS confirmou que Natielly deixou o presídio ainda na semana passada e está sendo monitorada por tornozeleira eletrônica.

Após a Justiça de Cacoal (RO) converter a prisão preventiva de Natielly Karlailly Balbino para domiciliar, a filha do ex-deputado investigada por tráfico de drogas foi obrigada a entregar seu passaporte na 2ª Vara Criminal de Vilhena (RO).

A defesa de Natielly informou à Rede Amazônica, nesta quinta-feira (28), que já entregou o passaporte ao judiciário e que isso foi uma das exigências do juiz Ivens dos Reis Fernandes para que sua cliente possa seguir presa em casa (usando tornozeleira).

Natielly, de 35 anos, estava presa em um presídio de Cacoal desde 15 de setembro, após uma operação da Polícia Federal (PF) apontar que a filha do ex-deputado Nilton Capixaba é suspeita de integrar uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas ‘de forte atuação nacional’.

Inicialmente ela estava em prisão temporária, mas como a investigação do caso seguiu e a PF colheu novos elementos, foi pedido a conversão de prisão preventiva para Natielly, pedido que foi aceito pela Justiça de Vilhena no dia 15 de setembro.

A defesa de Natielly então entrou com novo pedido de prisão domiciliar, na semana passada, e desta vez foi a 2ª Vara Criminal de Cacoal permitiu que ela fique presa em casa (enquanto as investigações seguem pela PF).

A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) confirmou ao g1 que a suspeita deixou o presídio ainda na semana passada e está sendo monitorada por tornozeleira eletrônica.

Na decisão que converteu a prisão de Natielly para domiciliar, o juiz reiterou que ela está proibida de ter contato com qualquer integrante da organização criminosa investigada, além de não poder se ausentar de Cacoal, cidade onde mora.

Avanço da investigação

Segundo apresentou a PF ao judiciário, depois da operação foi descoberto que a filha do ex-deputado estaria praticando “ações voltadas à produção de documentos falsos em favor da organização criminosa, mantendo, inclusive, interação com os principais integrantes da organização criminosa”.

Em uma conversa no celular do líder da organização criminosa, na qual a PF teve acesso, Natielly buscava meios pare recuperar uma caminhonete Hilux apreendida com seu esposo Tiago, após o mesmo ser flagrado transportando drogas em Goiás.

“Nos diálogos, Natielly e o líder da organização criminosa cogitam a possibilidade de ser confeccionada uma procuração falsa em um cartório pelo valor de R$ 2,5 mil”, diz relatório de análise material feito pela PF.

Na casa de Natielly também foram apreendidos extratos bancários que constam movimentações vinculadas a um suspeito de fazer lavagem de dinheiro para a organização criminosa.

Prisão domiciliar negada

Ainda em setembro, a defesa de Natielly já havia entrado Justiça pedindo para cumprir prisão domiciliar, onde alegou ser mãe de dois filhos de até doze anos de idade que supostamente dependem de seus cuidados.

No entanto, o primeiro pedido de prisão domiciliar foi negado pela 2ª Vara Criminal de Vihena.

Operação Carga Prensada

Na operação em 15 de setembro, a PF sequestrou 150 veículos (entre Land Rover, BMW e Camaro), aeronave, lancha e imóveis comprados com o dinheiro ilícito do tráfico. Segundo investigação, os membros da quadrilha enviavam grandes quantidades de cocaína de Rondônia para outros estados, usando caminhões ou veículos de grande porte.

Ao todo, 45 mandados de prisão foram cumpridos no dia 15 de setembro, entre eles o de Natielly.

Segundo a PF, a organização criminosa da qual Natielly fazia parte foi responsável por fazer grandes quantidades de cocaína de Rondônia para outros estados. Ao menos 2,5 mil quilos de drogas da quadrilha foram apreendidos nos meses de investigação.

Além disso, o grupo realizava a aquisição de cargas de maconha do Mato Grosso do Sul para serem distribuídas nos estados de Rondônia e Acre.

Além do tráfico, a quadrilha atuava no comércio ilegal de armas de fogo, lavagem de capitais e falsidade ideológica.

Na época da operação foram apreendidos outros objetos em posse dos suspeitos, como jóias de ouro, armas, relógios, computadores, e dinheiro em espécie.

Para lavar o dinheiro do tráfico, os suspeitos usavam uma casa de jogos de fachada, onde, de fato, ninguém era sorteado e os próprios integrantes da quadrilha ficavam com o dinheiro.

Segundo a PF, somente o bracelete de ouro de um dos investigados é avaliado em R$ 130 mil.

Todo patrimônio luxuoso adquirido pela quadrilha foi através de crimes, tendo o tráfico de drogas como ‘carro chefe’ do grupo.

 

 

Por G1 RO

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