O presidente Jair Bolsonaro pediu a auxiliares e aliados sugestões de como reagir, jurídica e politicamente, às recentes decisões de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) contra ele e seus apoiadores, consideradas pelo chefe do Palácio do Planalto como arroubos “ditatoriais” da Corte.
A mais recente decisão que irritou o presidente da República foi a prisão, nesta sexta-feira (13/8), do presidente nacional do PTB, o ex-deputado federal Roberto Jefferson. A ordem partiu do ministro Alexandre de Moraes, do STF, após pedido da Polícia Federal.
A avaliação de auxiliares presidenciais das alas política, militar e ideológica é que o Supremo “ultrapassou todos os limites” com a prisão e que é “preciso reagir”. Ao mesmo tempo, contudo, aliados ponderam que a reação deve ser dentro dos limites da Constituição.
Auxiliares de Bolsonaro ouvidos pela coluna avaliam, sob reserva, que o “jogo dos ministros do STF” seria “provocar” o presidente para que ele comenta abusos autoritários, o que serviria para justificar uma reação “mais incisiva” do Judiciário contra ele e o governo.
“O presidente não pode se contaminar pelo autoritarismo do STF. Sabe que já é atacado e que não pode se dar ao luxo de entrar no jogo dos ministros. Sabe que querem que ele pise em falso, para justificar uma ação mais incisiva contra ele e o governo”, resumiu à coluna um auxiliar presidencial.
Antes da prisão de Jefferson, o presidente já estava irritado com outra decisão de Moraes, na quinta-feira (12/8), de abrir novo inquérito contra Bolsonaro, para apurar a divulgação, nas redes sociais, de um inquérito sigiloso que investiga a invasão nos sistemas da Corte.
Por Metropoles