PF e CGU fazem nova operação após descobrirem fraudes e lavagem de dinheiro no Incra-RO

Policiais federais cumpriram cinco mandados de busca e apreensão, nesta terça-feira (27), após descobrirem novas fraudes.

Policiais federais cumpriram cinco mandados de busca e apreensão, nesta terça-feira (27), após descobrirem novas fraudes na Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Rondônia. Essa é a 2ª fase da Operação Eneagrama.

Segundo a PF, as ordens judiciais são cumpridas em Porto Velho, Petrolina (PE) e Nova Viçosa (BA).

O grupo investigado é suspeito de lavagem e ocultação de dinheiro, através de corrupção e dispensa criminosa de licitação na Superintendência Regional do Incra em Rondônia.

Ainda de acordo com a Polícia Federal (PF), as investigações começaram em dezembro de 2018, após a Controladoria Geral da União (CGU) apresentar uma denúncia sobre crimes de dispensa criminosa de licitação, peculato e outros crimes praticados no Incra. Esses atos criminosos teriam ocorrido entre 2017 e 2018.

Para cometer o ato de corrupção, o grupo fazia contratação irregular de empresas para a prestação de serviços de realização de eventos e cerimônias sem as devidas prestações.

Em dezembro de 2019 a PF chegou a fazer a primeira fase da operação Eneagrama. Na época foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão.

Entre as irregularidades praticadas no Incra local estão:

Ausência de publicidade da formalização do contrato

Realização parcial de treinamento

Incompatibilidade de datas de realização de eventos

Fortes indícios de montagem de processo

Despesas pagas em duplicidade

Prejuízo diante de sobrepreço e superfaturamento

Desde a primeira etapa da operação, a PF seguiu colhendo novos elementos e analisando dados bancários dos investigados.

Foi então descoberto crime de lavagem e ocultação de bens adquiridos com o dinheiro desviado dos cofres públicos, com a compra e reforma de imóveis de alto luxo e veículos, “além de uma movimentação financeira totalmente incompatível com a renda lícita declarada pelos investigados”.

A investigação descobriu que cerca de R$ 9 milhões foram movimentados pelo grupo, de forma clandestina. Por causa disso, a Justiça mandou bloquear o dinheiro da conta dos investigados.

Prejuízo em capacitação

A CGU diz que a Superintendência Regional do Incra pagou R$ 1.109.069,86 em três supostas capacitações, cujo prejuízo preliminarmente apurado foi de R$ 1.022.675,62.

“Quase mil pessoas deixaram de ser capacitadas com as fraudes identificadas nesses eventos, cujos pagamentos, porém, ocorreram integralmente”, diz a CGU.

Um dos investigados na operação é um ex-agente público vinculado ao Incra. Segundo a CGU, a família desse ex servidor também fazia parte do esquema. Há “sinais de que o imóvel onde residia a família teria sido adquirido com recursos oriundos de crime de corrupção”.

 

 

Por G1 RO

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