
O Ministério Público Federal já iniciou uma apuração sobre o caso e enviou ofícios no sábado (13/2) à Polícia Militar do Pará, à Polícia Federal, à Polícia Civil paraense e à Funai.
A morte de uma jovem liderança indígena pela Polícia Militar está colocando o povo Tembé-Theneteraha, do nordeste do Pará, em grande tensão com as autoridades locais. Os policiais afirmam ter reagido a tiros quando atingiram o peito de Isac Tembé, de 24 anos, na noite da última sexta-feira (12/2).
Também alegam que respondiam a uma denúncia de furto de gado em uma fazenda do município de Capitão Poço (PA) e que encontraram uma rés desossada na área onde o indígena foi morto. Para os indígenas, a versão da polícia é mentirosa e representa um segundo assassinato do rapaz.
“Mataram seu corpo e tentam matar sua memória quando atacam a índole de nosso jovem guerreiro e liderança exemplar”, escreveram os Tembé-Theneteraha em nota pública divulgada nesta segunda (15/2), clamando por justiça.
Segundo os representantes dessa etnia, que vive uma rotina de conflitos com posseiros e fazendeiros que pressionam as fronteiras da Terra Indígena Alto Rio Guama, entre Capitão Poço e Paragominas, também no Pará, o jovem morto havia saído para caçar com companheiros, sem levar armas de fogo. Os policiais apreenderam uma arma que disseram ter encontrado ao lado do corpo agonizante do jovem.
“Isac era um cidadão honrado, professor de história, atuante na comunidade e na organização da juventude. Sua esposa está grávida e em breve dará à luz a mais uma criança Tembé, garantia da continuidade deste povo originário. Jamais se envolveu em qualquer ato ilícito e nunca em sua vida portou ou disparou uma arma de fogo”, diz a nota.
“Por que esses agentes da segurança pública servem de milícia privada para fazendeiros que invadem terra indígenas? Por que chegaram atirando contra nossos jovens, filhos, netos e sobrinhos, que caçavam, prática que faz parte da cultura de nosso povo?”, questionam ainda os Tembé-Tenetehara.
Investigação
O Ministério Público Federal já iniciou uma apuração sobre o caso e enviou ofícios no sábado (13/2) à Polícia Militar do Pará, à Polícia Federal, à Polícia Civil paraense e à Fundação Nacional do Índio (Funai) pedindo informações sobre a morte do indígena.
A Secretaria de Segurança Pública do Pará informou que “foi criada uma força-tarefa para investigar o caso com mais rigor”.
Com informações metropoles
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