Após sindicato emitir nota, policial penal comenta ação de sargento da PM, “não merece usar a farda”

Policial penal se recusou a dividir cela com outros presos. (Foto: ilustrativa).

O policial penal J. C. Arruda, detido na madrugada de domingo, 10, acusado de desacatar um sargento da Polícia Militar no cumprimento de seu dever, e de descumprir o decreto municipal sobre as restrições da pandemia, falou com a reportagem do FOLHA DO SUL ON LINE e deu sua versão dos fatos. O sindicato que representa a categoria que representa o policial penal  emitiu nota comentando o episódio (LEIA AQUI)

Segundo Arruda, a situação ocorreu na residência de seu cunhado, onde havia 10 pessoas no momento, sendo 05 moradores, 02 hóspedes que residem em outro Estado (sogros), o namorado de uma da jovens que lá residem,  ele e a companheira, sendo que todos tinham se dirigido até a casa para passar a noite após uma recepção aos sogros que tinham chegado de viagem.

No entanto, mesmo Arruda negando que tenha desacatado a guarnição, o sargento já chegou alterado ao local, “metendo o pé” e abrindo o portão à força.

Arruda afirmou, ainda, que tentou argumentar com o sargento, que não quis saber de conversa, tendo respondido de forma agressiva e desrespeitosa para os moradores da residência, agredindo verbalmente as mulheres e fisicamente o proprietário da casa, uma vez que o homem queria sair da chuva e foi puxado com violência pelo militar, que arremessou o senhor contra uma motocicleta.

O policial penal relatou ainda que o sargento exigiu que todos fossem embora do local gritando: “quero que todo mundo vá embora agora, não quero ninguém aqui, acabou essa palhaçada”.

Porém, mesmo diante do descontrole do militar, Arruda afirmou ter dito: “guerreiro, não precisa disso, aqui não tem vagabundo, todo mundo aqui é gente de bem. Se acalma um pouco, o senhor está muito nervoso”, momento este em que o sargento pediu sua identificação, tendo ele entregado sua carteira funcional.

Após se identificar, Arruda disse que o sargento então perguntou se ele estava armado e solicitou à pistola que estava dentro de uma bolsa, guardada em segurança em um dos cômodos da casa.

Como solicitado, o servidor pegou a arma e entregou ao sargento, que lhe disse que ele estava cometendo dois crimes no local, o de perturbação do sossego e “Crime do Covid”.

Então, com relação ao crime de perturbação, Arruda alega ter interpelado o militar dizendo que o som já estava desligado e que todos se preparavam para dormir. Já em relação ao “Crime do Covid”, afirmou que todos estavam respeitando as restrições, pois na confraternização familiar havia 10 pessoas.

Neste momento, o sargento da PM teria dito que ele estava bebendo armado, o que em tese se configuraria mais um crime, e novamente o policial penal o interpelou, dizendo: “minha arma estava guardada dentro de casa, o senhor pediu pra eu pegar e entregar pra você, eu não estou nem estava portando arma, e além do mais, estamos aqui em família, eu e minha companheira vamos dormir aqui”, momento em que o militar disse não me interessava e que ia conduzir ele e o e o proprietário do imóvel para a delegacia.

Já na Unidade Integrada de Segurança Pública (UNISP), o sargento queria colocar Arruda e seu cunhado em uma cela com outros presos que lá estavam, mas o policial penal se negou a entrar, temendo pela segurança de ambos por causa de sua profissão, momento este em que teve início uma discussão que se tornou acalorada, sendo proferidas da parte dele e do militar, palavras de baixo calão.

“Eu não nego que na delegacia, e só na delegacia, proferi palavrões contra o sargento pelo fato dele querer me jogar em uma cela com estranhos, nos colocando em risco, mas jamais desrespeitei a guarnição e nem outros policiais, que inclusive se mostraram muito incomodados com a atitude do superior”, afirmou Arruda.

Por fim, o policial penal afirmou que respeita a Polícia Militar e só perdeu a calma quando viu sua vida em risco sem ter cometido crime algum.

“A PM é uma instituição que merece todo respeito e admiração do mundo. Instituição muito séria, respeitadíssima, mas que infelizmente tem em seu quadro uma pessoa totalmente despreparada para executar a atividade policial. Aquele sargento não merece usar essa farda, pois não conhece o princípio básico da segurança pública, que é servir e proteger o cidadão de bem, não sendo digno de representar a instituição Polícia Militar, pois não tem competência pra distinguir o cidadão de bem dos vagabundos que assolam nossa cidade. Se na presença de outro policial ele cometeu todos esses abusos, imagina os abusos que ele comete em uma abordagem a pessoas de bem, onde não haja testemunha. Mais uma vez digo que a Polícia Militar do nosso Estado é um exemplo para todos e que atitudes como a do sargento não representa a história da corporação”, concluiu Arruda.

COMENTÁRIOS
Ainda durante a entrevista, Arruda se posicionou sobre os comentários de alguns leitores nas reportagens divulgadas anteriormente no FOLHA DO SUL ON LINE, principalmente sobre um em que uma jovem afirma que ele responde por crime de estupro.

“Já puxamos o perfil de quem fez aquele comentário calunioso e constatamos que é ‘fake’. Mas, mesmo tendo consciência de que não devo nada à justiça, me coloco a disposição para apresentar uma certidão de ‘nada consta’ em meu nome a quem possa interessar. Muito fácil usar contas falsas para proferir mentiras contra uma pessoa, quero ver apresentar o número do processo pelo qual eu respondo por tal crime, que particularmente repudio”, enfatizou o policial penal.

 

Fonte: FOLHA DO SUL ON LINE

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