Entidade representativa dos policiais federais acredita que turbulências acabaram

Últimas nomeações devem garantir tranquilidade e volta à normalidade, avalia o presidente da Fenapef, Luís Antônio Boudens.

A definição do nome do novo superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro deve acalmar as turbulências políticas dos últimos dias e permitir que os trabalhos sigam seu ritmo normal. Isso é o que esperam os 14 mil policiais federais representados pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). Para o presidente da entidade, Luís Antônio Boudens, o momento é de desmistificar a tese de que superintendentes, diretor-geral ou diretor executivo têm poder para interferir em investigações ou impedir operações. ”São cargos de gestão, de administração, e não de investigação”, explica.

Ele diz que a crise gerada pela troca do comando da Polícia Federal não tem relação com a possibilidade de interferência política nos rumos de investigações. O presidente da Fenapef reforça que é muito difícil que isso aconteça, até por uma questão de logística, especialmente nas ações de grandes proporções, como tem sido a Lava Jato, por exemplo. “Seria impossível que, numa operação que envolve diversos policiais, nenhum denunciasse uma irregularidade, seja à corregedoria, seja ao Ministério Público”, acrescenta.

Lembra que nenhum superintendente participa do processo de investigação ou tem acesso direto a inquéritos, áudios ou coisas relativas ao processo de apuração da Polícia Federal. Portanto, as especulações sobre um “afastamento” do superintendente anterior do Rio de Janeiro, Carlos Henrique Oliveira, não têm fundamento. “Ele sai de um posto de gestão administrativa regional para um posto de gestão administrativa nacional”, esclarece Boudens.

Perfil

O anúncio do nome de Tácio Muzzi para a superintendência da PF no Rio de Janeiro foi recebido com serenidade. “É uma solução caseira, porque ele é lotado no estado e já ocupou funções dentro da superintendência”, disse o presidente da Fenapef. Ele reforça que o novo superintendente tem um perfil discreto e se mantém afastado dos holofotes.

Muzzi tem bastante experiência em investigações de crimes relacionados à corrupção, o que é visto como muito positivo pela corporação. “Nós temíamos que a indicação pudesse soar como se tivesse sido movida por esse pensamento. Mas, sendo um nome não relacionado com política, podemos continuar a nos dedicar a fazer investigações como sempre fizemos: com total independência e autonomia”, destacou Boudens. “Os policiais federais em geral não têm seu trabalho rotineiro afetado com essas trocas em postos de gestão, mas é salutar que a diminuição do desgaste político do orgão proporciona mais tranquilidade e estabilidade. É disso que o Brasil precisa, especialmente em tempos de pandemia”, prosseguiu.

Sobre o antigo superintendente, agora diretor executivo, Carlos Henrique Oliveira, Boudens acredita que é preciso desmistificar a ideia de que ele foi afastado. “Na verdade, ele vem ocupar um cargo importante de direção. No Rio de Janeiro, ele não era um investigador; ele era o gestor administrativo”, explicou.

“Nós temos vários policiais em serviço, nesse momento, dando continuidade a trabalhos que independem do nome do gestor, fazemos um trabalho essencial para o País e estamos tranquilos de que a Polícia Federal continuará desenvolvendo suas atividades normalmente”, concluiu.

 

Fonte: Comunicação Fenapef

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