Covid-19: Papuda é “bomba biológica de contaminação”, diz professora da UnB

Em carta obtida com exclusividade pelo Metrópoles, preso detalha as condições do local. Especialista da universidade teme desastre.

Evitar aglomeração e manter as mãos limpas. Essas são duas das principais medidas de prevenção divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar a propagação do novo coronavírus. No entanto, a realidade dentro do Complexo Penitenciário da Papuda é oposta: celas superlotadas, com pouca ventilação e condições que impossibilitam a higienização necessária dos internos. Em uma carta obtida com exclusividade pelo Metrópoles, um preso detalha as condições às quais ele e os demais detentos estão submetidos.

Os detentos alegam que o atendimento médico não tem sido suficiente. As anotações feitas foram entregues à reportagem sob condição de anonimato.

“Estamos vivendo em celas superlotadas. Uma que tem capacidade para 10 pessoas, abriga, no momento, 29, quase três vezes mais. Não temos atendimento médico. Somos presos, mas, sobretudo, somos homens e queremos cumprir a nossa sentença como manda a lei com o mínimo de dignidade (sic)”, escreveu o apenado.

Com 246 casos ativos somente entre sentenciados, a incidência de contágio na Papuda – com massa carcerária estimada em 17 mil pessoas – já ultrapassa a de todas as regiões administrativas do Distrito Federal e é equivalente a 1.214 infecções para cada grupo de 100 mil.

Se a conta abarcar os 69 policiais penais doentes, a proporção sobe ainda mais. Os dados são da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), vinculada à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF).

Fonte: Metropoles

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