Conheça a nova viatura blindada da PM paulista que segura bala de fuzil

Viatura da PM que passou por blindagem e integra a frota da Rota em São Paulo. Polícia Militar vai ter mil veículos iguais.

A Polícia Militar paulista vai comprar mil veículos blindados até meados do ano que vem para usar em ações especiais ou de riscos. Segundo a PM, serão adquiridas Chevrolet Trailblazer 2.8 turbodiesel.

Os carros deverão ser usados em operações em que há riscos de troca de tiros ou para entrar em locais em que os policiais podem ser surpreendidos —a blindagem de uma viatura em teste, inclusive, teria salvado um policial. Cada Trailblazer, já blindado, vai custar à gestão João Doria (PSDB) R$ 153.013.

A General Motors, que ganhou a licitação, terá de entregar o veículo com a blindagem produzida de acordo com orientações da PM.

Segundo a tabela Fipe, um Trailblazer com a mesma motorização é vendido por R$ 222 mil ao consumidor, sem ser blindado.

O engenheiro responsável pela blindagem, o tenente Ubiratan Tolentino dos Santos, diz ter desenvolvido o projeto entre o fim de 2017 e o início deste ano.

O desafio, afirma o oficial, foi aumentar o mínimo o peso dos carros com a blindagem. “Por isso, usaremos aramida [material de fibra sintética de alta resistência] e chapas de aço. Com isso, a viatura ficará cerca de 110 quilos mais pesada, o equivalente ao peso de uma ou duas pessoas”, diz.

O tenente evita detalhar os pontos de blindagem, alegando questões estratégicas, mas admite que a mudança também reduz a vida útil de freios e aumenta o consumo de combustível em até 7%, justamente pelo peso extra.

Segundo o especialista em blindagem Danilo Renê de Lima, diretor do Grupo Eleven Blindados, o tipo mais tradicional de blindagem de veículos, atualmente, é o 3A. Este tipo de reforço de segurança, aplicado em carros de “não militares”, neutraliza até tiros de pistola calibre 44. “Mas esta, com certeza, não é a blindagem que a PM vai usar. No caso da polícia, os carros no mínimo terão uma blindagem nível 3A plus, que aguenta até tiros de fuzis calibre 556”, explicou Lima, que há 19 anos está no mercado blindando veículos.

Um protótipo desenvolvido pela própria PM (foto ao lado) é usado há cerca de um mês pela Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar). As demais viaturas blindadas serão utilizadas pelo Choque, pela Força Tática e pelos Baeps (Batalhões de Ações Especiais de Polícia).

Veja como é a nova viatura blindada da PM paulista

Policia militar vai comprar mil viaturas blindadas
Policia militar vai comprar mil viaturas blindadas
Policia militar vai comprar mil viaturas blindadas

Protótipo

Desde janeiro deste ano, um protótipo blindado da PM faz o policiamento em São Vicente (65 km de SP). A segurança extra do Palio Weekend, segundo o tenente Ubiratan Tolentino dos Santos, salvou a vida de um policial em serviço.

Carro da Polícia Militar blindado, que está em testes desde o início do ano no litoral paulista; veículo evitou que motorista fosse atingido por tiro – Divulgação/PM

Santos afirma que dois PMs faziam ronda na cidade do litoral, quando entraram em uma área de risco e foram recebidos a tiros. “Um dos disparos acertou o para-brisa blindado da viatura. O motorista chegou a pressionar o pescoço, achando que havia sido atingido, mas a blindagem do carro salvou a vida dele”, conta.

O veículo blindado, diz o oficial, foi usado em seguida como uma espécie de escudo para que mais policiais entrassem no local onde suspeitos de roubo de motos acabaram presos.

“Somente esta ocorrência, em que uma vida foi preservada, já valeu todo o o projeto”, afirma o oficial.
A cidade do litoral sul paulista foi escolhida para os testes, segundo a PM, por exigir ao máximo do carro, principalmente por causa de umidade do ar e maior chance de corrosão.

Santos lembra da morte de um PM há cerca de 15 anos, na zona leste da capital paulista, para defender o projeto de blindagem.

Segundo conta, o PM foi surpreendido ao entrar em uma rua sem saída, quando houve disparos de dois suspeitos de roubo a residência. “Se o carro fosse blindado, o caso poderia ter tido outro desfecho.”

 

 

Fonte: São Paulo Agora/Por Alfredo Henrique

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